16 de ago. de 2011

Chega(da) da Budweiser no Brasil!

A AmBev está trazendo ao mercado brasileiro uma das cervejas que está, sem dúvidas, entre as principais responsáveis pela alienação do consumidor comum de cerveja: a Budweiser. Talvez essa afirmação possa parecer demonizar demais a marca, mas não se pode negar a importância dessa cerveja dentro do portfólio da InBev, que controla a AmBev e é responsável por um enorme pedaço do mercado e produção mundial de cerveja, através de suas "american lager" (que muitas vezes encontramos aqui no Brasil,  rotuladas erroneamente, como "pilsen"). 
 
Além da importância no portfólio da companhia, não podemos deixar de mencionar o impacto desse rótulo e do crescimento de sua presença em escala mundial. Um dos maiores e principais efeitos é o aspécto cultural : cervejas como a Budweiser contribuíram, e muito, para a tendência que percebemos hoje - a consolidação de um estilo mundial de cerveja padrão, cuja maior característica é a alta drinkability, em decorrência da ausência de complexidade de características sensoriais. 
 

9 de ago. de 2011

Estados Unidos - Crescimento da cerveja artesanal, um exemplo a seguir.

Os Estados Unidos realmente se tornaram um exemplo em matéria de cerveja artesanal.

As vendas de cerveja artesanal nos EUA cresceram em 15% na primeira metade de 2011, representando o que, acredita-se, seja um número recorde para uma indústria que está ocupando um lugar cada vez maior na economia norteamericana, segundo a Brewers Association divulgou na segunda-feira, 09 de agosto.

A elevação de vendas e produção, chegou em um momento em que as vendas de cerveja em geral caíram aproximadamente 0,9% nos últimos seis meses, disse Julia Herz, a diretora do programa de cerveja artesanal da Brewers Association.

Esses números de 2011 vêm de um aumento de vendas visto ano após ano, com crescimento de 12% na primeira metade de 2010 e 9% nos primeiros seis meses de 2009.

O número de cervejarias nos Estados Unidos - 97,2% das quais são cervejarias artesanais - também cresceu em 10,2%, para um número total de 1.790 cerevjarias até o final de junho.

8 de ago. de 2011

A belga e a grega - Tripel Karmeliet com Moussaka

Queridos leitores,

Finalmente, conseguimos decidir o assunto para o primeiro post deste blog que promete falar sobre Cerveja e Companhia. Certamente, se vocês chegaram aqui é porque compartilham da nossa grande paixão por esta, que vai muito além de uma bebida, e, como disse Tom Hampson, conquista seu posto como a bebida para provar, saborear, falar sobre e viajar por ela: a cerveja! Nosso tema principal será sempre a cerveja, e como a própria história dela, esse blog pretende ir além do comum e não se tornar mais uma enciclopédia de impressões e avaliações de cerveja. Aqui, vamos discutir a companhia da cerveja, em todos os seus aspectos : dos pratos aos ambientes, clima e pessoas.

Para o primeiro post, decidimos testar uma harmonização que nunca havíamos provado, mas parecia ter potencial, levando em conta as características do prato e o conhecimento que já tínhamos sobre o rótulo escolhido.

A Moussaka é um prato típico da Península dos Balcãs e do Médio Oriente, cuja variação mais conhecida é a Grega. Consiste basicamente em camadas de berinjela frita e batata frita intercaladas com camadas de carne. A nossa receita foi vegetariana, então ao invés da carne, usamos proteína de soja moída (muito bem temperada com cebola, pimentão, tomate, etc.).

Levando em consideração o grau de gordura no prato, decorrente especialmente da quantidade de queijo que iríamos utilizar (prato e parmesão), do creme de leite no molho e das berinjelas e batatas fritas, procuramos uma cerveja que oferecesse um elemento de corte que limpasse a boca após cada garfada. Pensando também no possível amargor da berinjela, não queríamos acentuar ainda mais essa característica, então decidimos uma cerveja não tão amarga. Mas precisávamos de uma cerveja com personalidade, que pudesse fazer frente à receita da moussaka, um prato com textura poderosa, sabores intensos e diversos (toques salgados, adocicados, apimentados).

Por tudo isso, a escolhida foi a Tripel Karmeliet.


A potência alcoólica (8% ABV) desta cerveja pôde cortar facilmente a gordura do prato, e a carbonatação (média a alta) limpou o paladar (com a ajuda também do frescor típico que este rótulo traz). Ao mesmo tempo, que a sensação de corte proporcionou a impressão de limpeza no paladar, as notas adocicadas dessa cerveja (e típicas em qualquer cerveja do estilo belgian tripel) combinaram muito bem com as características adocicadas do prato, trazidas especialmente do molho e tempero da soja. Dessa forma, cada gole da cerveja, pedia uma nova garfada que pedia um novo gole. Isso, sem mencionar a intrigante interação entre o adocicado da tripel com o queijo parmesão (salgado e picante, mas também com um "fundo" doce) presente no molho e no gratinado. Por ser um prato muito temperado e com diversos ingredientes, percebíamos muitos sabores a cada garfada, então os toques condimentados mais complexos da cerveja complementaram e realçaram a complexidade e gama de sabores na moussaka.

Por fim, podemos dizer que a Moussaka é uma bela companhia para a Tripel Karmeliet! Não houve "briga" entre o prato e a cerveja, os elementos combinaram muito bem entre si, sem que qualquer um deles ofuscasse o outro.

Ótima harmonização. Recomendamos!