29 de nov. de 2011

The cat comes out of the box!

Pois é, para esse post: uma novidade! Dessa vez, fizemos a degustação de uma cerveja artesanal brasileira que na receita, além de aveia, leva chocolate venezuelano com 70% de cacau na composição.

E, exatamente, aqui já é um bom momento para parar e perguntar: o que você esperaria de uma cerveja com chocolate na receita? Se o que te vem a mente é um clássico toddynho, um suflair ou qualquer outro desses chocolates super doces, melhor parar por aqui e não abrir a caixa do gato. Um pouco de etimologia (com cerveja? sim!) pode fazer bem. Embora exista determinada incerteza e confusão sobre a origem da palavra chocolate, uma das mais fortes probabilidades, é que a palavra tenha sido originada da língua dos astecas, a língua náuatle. Por essa corrente, chocolate vem de xocolātl, que é resultado na fusão de xococ, que significa "amargo",com atl, "água". Junte isso a toda a mística que envolve o chocolate e conta sua história sobre o seu consumo por diversas civilizações históricas, como a maia, e você estará preparado para o que há dentro dessa caixa, ou melhor, dessa garrafa. Com tudo isso em mente, nossa expectativa já era de uma cerveja com um amargor poderoso, apelo sexy e um certo êxtase.

A Cat In the Box é uma Imperial Stout com 81 IBU, feita pelo pessoal da artesanal Cervejaria Urbana. Conseguimos adquirir duas garrafas dela, e segundo fomos informados, no momento não há mais exemplares disponíveis dela, mas torcemos para que a receita seja elaborada novamente.


O rótulo já é genial. Uma imagem simples, clean, bem humorada, criativa e extremamente elegante. Preparado o copo adequado, abrimos a garrafa e começamos a verter o líquido. BOOOOOOOM! Bem aí, uma explosão de aromas que no início lembrou muito banana. No copo, o líquido era negro e de aparência cremosa. Um creme muito abundante e bege/marrom formou-se no copo. Nesse momento, passamos a tentar decifrar os aromas: o óbvio chocolate amargo, café, toques de toffee e um álcool bastante perceptível. Também, pudera, 9,5% ABV. Depois que aqueceu um pouco, também foi possível notar um pouco de maçã vermelha. Percebemos um pouco de oxidação, mas não chegou a prejudicar os demais aromas. Parecia mesmo abrir uma caixa de surpresas.

No sabor, o golpe do real xocolātl! Um amargor muito profundo e alguma acidez, que essa sim não combinou com o conjunto. A sensação é de uma cerveja com um corpo médio (fez todo o sentido com o nível de álcool presente na cerveja), uma textura que não chega a ser licorosa, mas lembra um pouco os chocolates aerados, bastante adstringência e aquecimento médio (somente pelo sabor, você não imagina 9,5% de álcool). Logo de cara, o que chama atenção é o amargor, os sabores tostados e até de queimado, lembrando muito um café (inclusive em corpo e textura) e vão tomando toda a boca numa onda crescente de sabor. Lembra realmente cacau e torrefação. É uma cerveja bem adstringente, chegando a causar a sensação de "amarrar" a boca, como algumas frutas proporcionam. Se até então, havíamos saboreado a abertura da caixa, no paladar você sente mesmo o pulo do gato preto!

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